sexta-feira, 15 de novembro de 2013

História do Caboclo das Sete Encruzilhadas

     História do Caboclo das Sete Encruzilhadas

Esta história chegou até nós, da Tenda Espírita Fraternidade da Luz, há muitos anos através de uma entidade, um caboclo de Oxóssi, enviado do Caboclo das Sete Encruzilhadas, cujo médium não temos informações se ainda está encarnado.
Resolvemos passar este relato para a forma escrita, para que não se perca na bruma do tempo e da nossa memória.
O Caboclo das Sete Encruzilhadas é uma entidade muito querida na nossa Comunidade, é o mentor espiritual da Tenda Espírita Fraternidade da Luz.
Inicialmente, uma rápida explicação quanto à confusão que alguns irmãos fazem, porque o Caboclo das Sete Encruzilhadas e o Exu Rei das Sete Encruzilhadas são entidades que possuem nomes semelhantes, são quase homônimos, porém espíritos distintos, cada um deles trabalhando espiritualmente em seu nível vibratório. Ambos prestam grandes serviços para a melhoria e desenvolvimento dos espíritos encarnados. Ambos estão em constante evolução, mas não existe qualquer relação de dependência entre eles.
Ao que se tem informação, é que o Caboclo das Sete Encruzilhadas é um espírito muito antigo, já encarnado ao tempo da vinda do Mestre Jesus à Terra e que na roda de suas encarnações jamais apareceu no nível em que trabalham os nossos compadres Exus, como alguns , face à semelhança de nomes , tentam explicar.
No tempo do Brasil Colônia, mais precisamente no Estado do Rio de Janeiro, em uma localidade às margens do Rio Paraíba do Sul, chamada hoje de Barra do Piraí.Precisamente neste local, aonde o rio atingia uma grande largura e o seu leito tomava um aspecto sinuoso, existia uma fazenda de diversas culturas, entre as quais e em maior escala a do café e da cana-de-açúcar.
Tal propriedade era administrada por uma família portuguesa,que ao contrário de outras existentes nas proximidades, não exigia o braço escravo. Os negros que lá trabalhavam recebiam além da casa e alimentação uma remuneração em moeda, por isso era a propriedade mais próspera do local, graças à forma de administração adotada por seus proprietários.
Próximo dali, vivia uma tribo de índios da Nação Tupi-Guarani com os quais os fazendeiros mantinham um excelente relacionamento.
O Chefe da tribo era moço e possuía uma razoável cultura pois fora alfabetizado na Capital, apaixonou-se por uma das filhas do fazendeiro, que correspondeu ao seu afeto vindo a casar-se com ele, contrariando os costumes de ambas as comunidades. Após a união ela engravidou, tendo que viajar à Capital do Rio de Janeiro para tratamento médico, demorou-se algum tempo e ao regressar recebeu a horrível noticia de que um grupo de índios estranhos na localidade, de surpresa, tentaram invadir a fazenda para saqueá-la, os fazendeiros pediram socorro e os guerreiros Tupi-Gurany vieram, mas não puderam impedir que os pais da moça e seus irmãos fossem mortos.
Na batalha, o chefe Tupi-Guarany, seu marido, ficou gravemente ferido, vindo também a falecer em conseqüência.
Ao todo, sete pessoas foram assassinadas pela tribo invasora. E todos foram sepultados em uma ilha situada no Rio Paraíba do Sul, dentro da fazenda. E a moça grávida,única remanescente da família de fazendeiros, ia todas as tardes rezar na ilha, junto às sete cruzes que demarcavam os locais onde seus pais, irmãos e esposo foram sepultados.
Porém, em uma dessas tardes em que rezava junto ao túmulo do esposo, sentiu-se em trabalho de parto e ali mesmo deu à luz a um menino, seu filho com o chefe Tupi-Guarany,cujo corpo estava naquele local sepultado.
O menino cresceu cercado do imenso carinho de sua mãe e recebeu ensinamento proveniente de duas culturas: a cristã adotada por sua mãe e a outra orientada  pelo Pagé da tribo de seu pai. Estudou na Capital do Estado e posteriormente na Côrte, recebendo instrução superior de Direito.
Como advogado teve intensa atividade profissional em defesa de escravos nos Tribunais do Rio de Janeiro, que eram acusados de crimes pelos  senhores de Engenho. Na qualidade de chefe de sua comunidade indígena,disfarçadamente, invadia as fazendas de regime escravo, libertando os cativos e colocando-os em local seguro.
Na verdade ninguém conseguia identificar o chefe que comandava o grupo indígena libertador de escravos, ora ele se apresentava com o aspecto físico de indivíduo alto, ora baixo, às vezes gordo e outras vezes magro, cada ataque era comandado por uma pessoa diferente e assim ele conseguia se manter no anonimato,conseqüente à dupla personalidade.
O seu verdadeiro nome era Caboclo das Sete Cruzes Ilhadas, por ter nascido no local onde existiam sete cruzes em uma ilha,porém o povo por corruptela o chamava de Caboclo das Sete Encruzilhadas, nome que ele adotou humildemente,até mesmo em sua vida espiritual. Tal nome ficou fixado pelo povo escravo, que o adorava, e quando o grupo surgia na estrada eles cantavam uma toada que tinha a seguinte letra:
"Lá vem , lá vem , bem longe na estrada, lá vem, lá vem, o Caboclo das Sete Encruzilhadas "
A nossa Casa mantém, desde a sua fundação, em seu ritual de abertura e encerramento de suas sessões espirituais, um ponto ou curimba com as mesmas características daquela toada, com que era saudado pelo povo escravo:
" Chegou (ou subiu), chegou, o Caboclo das Sete Encruzilhadas "
Acreditamos que a melodia deste ponto seja a mesma da toada dos escravos. Após ter desencarnado, voltou através da mediunidade de Zélio Fernandino de Moraes, em Novembro de 1908, como espírito mensageiro, colocando as bases da Umbanda,no Rio de Janeiro.
Antes do ano de 1948, um grupo liderado por Henrique Landi Junior, nosso fundador, várias vezes dirigiu-se à cidade vizinha de Niterói, na busca de uma entrevista com o Caboclo das Sete Encruzilhadas, que nem mesmo o seu médium Zélio, sabia o dia e a hora em que voltaria a incorporar.
Quando aconteceu o encontro o Caboclo forneceu a orientação para a Fundação da Tenda Espírita Fraternidade da Luz, fato que ocorreu em 8 de Abril de 1948, pautado nas normas umbandistas adotadas pela entidade.
E ao terminarmos este relato não poderíamos deixar de considerar aqui o nosso pleito de gratidão a Zélio Fernandino de Moraes, médium do Caboclo das Sete Encruzilhadas, veículo através do qual esta luminosa entidade nos legou a maravilhosa Umbanda, fundamentada na máxima crística:FÉ - ESPERANÇA - CARIDADE




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